quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Biotecnologia, Meio ambiente e Desenvolvimento Sustentável: aspectos positivos e negativos.

A partir das discussões ocorridas nos incontáveis encontros mundiais sobre o meio ambiente, estabeleceu-se como prioridade, desde 1987, o desenvolvimento sustentável, a partir do Relatório Brundtland da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. (NAÇÕES UNIDAS, 1987 apud SCHENBERG, 2010). Sendo este constituído por medidas adequadas de se trabalhar com os recursos que a natureza oferece, aliando desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente. No entanto, para tornar real a ideia do desenvolvimento sustentável, é preciso aperfeiçoar o uso dos recursos, adquirindo uma postura que alia o progresso à sustentabilidade. Para tanto se faz necessário o desenvolvimento e a utilização de novas tecnologias. Os conhecimentos biotecnológicos desenvolvidos até o momento mostram-se como alternativas viáveis para a aplicabilidade do desenvolvimento sustentável, principalmente no que diz respeito à redução da poluição ambiental e a geração de energia.
Sobre a poluição ambiental, mais especificamente a problemática do lixo, intimamente ligada aos grandes centros urbanos que, por consumirem exacerbadamente os produtos que lhes são oferecidos diariamente, acabam por gerar uma enorme quantidade de lixo que não tem destino certo. Além da quantidade, o tipo de lixo (em grande parte produtos plásticos) contribui para agravamento do problema, uma vez que o plástico é um material de difícil decomposição. A Biotecnologia mostra-nos uma alternativa. Utilizando-se de técnicas de clonagem, cultivam-se em laboratório bactérias capazes de produzir biopolímeros a partir da sacarose, que podem ser usados para a produção de sacolas biodegradáveis. (SCHENBERG, 2010). Esta é uma alternativa totalmente aplicável e viável do ponto vista tecnológico e ambiental, mas infelizmente ainda inviável economicamente. Os plásticos de origem petroquímica são bem mais baratos. Em um futuro próximo, quando o petróleo se tornar escasso, provavelmente esta venha a ser a alternativa para continuarmos a usufruir de materiais plásticos.
A geração de energia é outro setor onde a biotecnologia pode atuar positivamente, tanto do ponto de vista econômico, quanto ambiental. Como já citado, o petróleo é um recurso que tende a se tornar cada vez mais escasso. Sendo ele a principal fonte de combustível da atualidade, e uma fonte de energia não renovável, a previsão é que seus derivados tornem-se cada vez mais caros. Sem falar nos prejuízos que a queima de combustíveis fósseis causa ao meio ambiente, contaminando o ar, agravando o efeito estufa e, consequentemente as mudanças climáticas. Logo se faz necessário pensar em energias limpas e renováveis, como os biocombustíveis. A produção de etanol, por exemplo, tem dado bons resultados. O etanol é produzido a partir de um processo de fermentação realizado por seres vivos, as leveduras Saccharomyces cerevisiae. É por tanto um processo bitecnológico. Sendo este utilizado pelo ser humano desde as civilizações mais remotas no preparo de bebidas alcoólicas e alimentos. Hoje, devido aos avanços tecnológicos, a produção do etanol se tornou ainda mais eficiente. Criaram-se, por exemplo, mecanismos para evitar a proliferação de outros microrganismos durante a fermentação, como no caso de bactérias, que acabam por competir com as leveduras pelo alimento disponível, diminuindo a eficiência na produção do etanol. (SCHENBERG, 2010).
Apesar dos inúmeros aspectos positivos que podem ser citados sobre a relação entre Biotecnologia e Desenvolvimento Sustentável, ainda há muitas discussões a serem realizadas em prol de um conhecimento mais abrangente sobre as consequências, sociais, ambientais e econômicas do uso de certas tecnologias. Podemos citar como um dos assuntos mais polêmicos a utilização de transgênicos na produção agrícola. Segundo Bertoldi (2015) “alguns receiam o uso da biotecnologia agrícola em grau elevado, pois isso poderia gerar a excessiva homogeneização genética.” O que significa plantações de espécimes geneticamente muito semelhantes. Tal fator pode ser uma “porta de entrada” para o desenvolvimento de superpragas, o que poderia levar a extinção de muitas espécies. Outro ponto discutido é sobre os riscos que o consumo de alimentos transgênicos pode trazer à saúde. Especula-se que, em longo prazo, os alimentos geneticamente modificados podem ocasionar diversos problemas de saúde, como por exemplo, o câncer. Estudos recentes com ratos de laboratório alimentados durante certo período com alimentos transgênicos, demostraram o aumento da ocorrência de tumores cancerígenos nesses animais.

A partir das discussões levantadas sobre as vantagens e desvantagens do uso de algumas biotecnologias para um desenvolvimento sustentável, pode-se compreender que existem muitas técnicas que utilizam seres vivos, já comprovadas e plenamente aplicáveis à realidade. No entanto o uso de algumas delas ainda é questionável, pois há indícios e indagações de riscos futuros ao meio ambiente e à saúde humana. Por tanto se faz necessário estudos, em longo prazo, de algumas dessas tecnologias, para que no futuro a humanidade e o meio ambiente possam desfrutar de seus benefícios. 


REFERÊNCIAS
BERTOLDI, M. R. Biotecnologia moderna e desenvolvimento humano sustentável: uma composição possível. Araucaria. Revista Iberoamericana de Filosofía, Política y Humanidades, año 17, nº 33, Pp. 211-227. Primer semestre de 2015.
SCHENBERG, A. C. G. Biotecnologia e Desenvolvimento Sustentável. Revista Estudos Avançados 24 (70), 2010. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Problemas ambientais em morro Branco - CE


O seguinte documentário  presenta alguns problemas ambientais que vêm ocorrendo em Morro Branco, praia do município de Beberibe - CE. No vídeo são relatados alguns descasos com o meio ambiente, tais como: a retirada ilegal de areias coloridas dos monumentos naturais das falésias, o lixo jogado na praia e as questões envolvendo a especulação imobiliária que ocorre nesse local.


quarta-feira, 11 de março de 2015

Interações Ecológicas - História em Quadrinhos



     As interações ecológicas estão constantemente ocorrendo na natureza. Elas proporcionam a manutenção do equilíbrio necessário para a conservação dos ecossistemas. A história em quadrinhos a seguir retrata, de maneira simples, algumas dessas relações.




terça-feira, 12 de agosto de 2014

WEBLIBRAS

     O Weblibras é um sistema de tradução de textos da internet para a Língua Brasileira de Sinais. A ideia surgiu a partir de um projeto de faculdade realizado por alunos do curso de ciências da computação da Universidade Federal de Pernambuco. Posteriormente o projeto ganhou notoriedade e atualmente é uma ferramenta de auxílio na informatização de surdos, uma vez que boa parcela dessas pessoas têm a LIBRAS como língua materna e não possuem domínio suficiente para compreender textos em português.



Projeto traduz textos em libras para surdos; "Estadão" planeja adotar o sistema no portal


A luta pelos direitos humanos tem como uma de suas pautas primordiais a questão da acessibilidade. Num tema que apresenta tantas demandas, a ProDeaf identificou uma oportunidade de desenvolver uma série de projetos para tornar a tecnologia uma ferramenta para todos. Entre as iniciativas, surgiu o WebLibras, sistema de tradução de sites para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).  “Foi uma evolução da ProDeaf para democratizar o acesso à informação escrita, aos surdos brasileiros”, diz Renato Kimura, gerente de produtos da startup.

 
 
Avatar traduz textos e notícias em libras para deficientes visuais

Com quatro anos atuando no mercado, a empresa surgiu de uma maneira inusitada. Alunos do curso de ciência da computação da Universidade Federal de Pernambuco se reuniram para criar um projeto na faculdade. Entre os integrantes, estava um deficiente auditivo e a dificuldade para se comunicar motivou os jovens a buscarem soluções globais para o problema.

A comunicação se tornou alvo deste grupo, que já realizou diversos projetos para o segmento e recebe o apoio e parceria de grandes marcas, como Wayra Brasil, Telefônica, Microsoft, Sebrae e também do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico  (CNPq).

Para Kimura, há uma necessidade de oferecer conteúdos escritos aos surdos, uma vez que boa parte das pessoas que tem a libra como a primeira língua, sente dificuldade para compreender o português. “Isso ocorre porque as estruturas das línguas são diferentes”, diz.




Veja a matéria na íntegra pelo link: http://www.portalimprensa.com.br/noticias/brasil/67363/projeto+traduz+textos+em+libras+para+surdos+estadao+planeja+adotar+o+sistema+no+portal

A TECNOLOGIA A FAVOR DA COMUNICAÇÃO ENTRE SURDOS E OUVINTES



     Olá pessoal! Segue um vídeo sobre uma matéria interessante a cerca das novas tecnologias de comunicação para a comunidade surda.
     Desde sua regulamentação como língua oficial da comunidade surda brasileira, a LIBRAS vem ganhando cada vez mais espaço. Em São Paulo, por exemplo, já existem centrais de atendimento em LIBRAS em alguns estabelecimentos públicos da cidade, a meta é expandir cada vez mais esses pontos de acesso, visando facilitar, com a ajuda das novas tecnologias da informação, a comunicação entre surdos e ouvintes.





 
  

terça-feira, 29 de abril de 2014

Escolas públicas brasileiras com bons resultados

   Família integrada à escola, professores qualificados e engajados, incentivo à leitura, aulas de reforço, comunidade participativa e horário integral são alguns dos ingredientes necessários para um bom rendimento escolar. A notícia a seguir cita as três escolas públicas brasileiras, que se utilizando destes princípios, conseguiram os melhores resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb).  


Ideb: escolas com notas altas contam a receita do sucesso

14/08/2012 - 19h10
Paula Laboissière, Fernando César Oliveira e Isabela Vieira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro - Bom relacionamento entre os pais e a escola, o incentivo à leitura, baixa rotatividade no quadro de funcionários e aulas de reforço são pontos em comum entre as três escolas públicas municipais com as notas mais altas no Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), divulgado hoje (14) pelo Ministério da Educação.
No Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Glauber Rocha, na zona norte do Rio de Janeiro, um livro na mão, uma ideia na cabeça é a filosofia. Com nota 8,5 (em uma escala de 0 a 10), a escola tem cerca de 550 estudantes da pré-escola ao 5º ano. Apesar das turmas cheias, a avaliação dos professores e funcionários é que o resultado reflete os pilares do projeto pedagógico: "leitura, reforço e família".
Situada em um bairro com alguns dos piores índices socioeconômicos da capital fluminense, a diretora Ioliris Paes, que comanda o centro há 15 anos, conta que já precisou resgatar panelas roubadas em um ferro velho. "Um pai me contou onde estavam e eu fui buscar", revelou sobre o episódio, em 2002, o último de uma série de saques à escola em 25 anos.
Com a abertura da unidade escolar à comunidade, horário integral, dedicação exclusiva de 80% dos professores, contratação de estagiários para aulas de reforço e 5 mil títulos na biblioteca que podem ser emprestados aos alunos e suas famílias, o colégio Glauber Rocha coleciona resultados positivos. Em 2009, no último Ideb, conseguiu nota 6,7, antecipando a meta prevista para 2021.
O incentivo à leitura e a pouca troca de funcionários também é a receita de sucesso da Escola Municipal Carmélia Dramis Malaguti, de Itaú de Minas (MG), que tirou a nota mais alta no Ideb: 8,6. À frente de 250 alunos da educação infantil ao 5ª ano, a maioria de classe média, a diretora Maria Flávia de Oliveira diz que os colaboradores "tem um espírito de pertencimento."
O entrosamento da escola com a família, além da formação continuada dos professores, asseguram o bom desempenho do colégio no Ideb "O município tem um compromisso com a formação continuada do professor e isso é fundamental", destaca Maria Flávia.
Empatada com a escola de Minas Gerais, está a Escola Municipal Santa Rita de Cássia, de Foz do Iguaçu (PR), que também investe na valorização dos funcionários. "Nosso diferencial é o trabalho conjunto", disse a diretora Shirlei Carvalho. Lá, aulas de reforço também ajudam a corrigir deficiências no aprendizado dos alunos, assim como na escola Glauber Rocha, no Rio.
A escola do Paraná - com aproximadamente 200 alunos sendo, no máximo, 30 por sala de aula - também colhe os frutos da aposta no atendimento individualizado e no envolvimento da família com o ambiente escolar. "Procuramos trazer os pais para dentro do espaço escolar, inclusive levando-os em passeios culturais com seus filhos, porque sabemos que a participação deles é fundamental", diz a diretora.
A unidade não tem uma biblioteca, mas dribla o problema oferecendo um conjunto de obras literárias infanto-juvenis na própria sala de aula e fazendo um "trabalho de base" desde a pré-escola. Atividades ao ar livre e culturais são outras formas usadas para conseguir atenção dos estudantes.
Edição: Carolina Pimentel
 


Ideb: escolas com notas altas contam a receita do sucesso. Disponível em:

Maioria dos professores do país não atuam em sua área de formação


11/04/2014 - 14:11

Ensino fundamental

Apenas 32,8% dos professores têm formação específica

Número se refere a docentes do ensino fundamental. No ensino médio a porcentagem sobe um pouco, mas mesmo assim não passa dos 48,3%

Escola Municipal de Ensino Fundamental Deputado Rogê Ferreira, no bairro do Jaraguá, em São Paulo (SP)
Escola Municipal de Ensino Fundamental Deputado Rogê Ferreira, no bairro do Jaraguá, em São Paulo (SP) (Raquel Cunha/Folhapress )
Mais um índice negativo foi divulgado esta semana para constatar as deficiências do ensino brasileiro: apenas 32,8% dos professores que trabalham nas séries finais do ensino fundamental (5º ao 9º anos) têm licenciatura na área em que atuam. Os dados são do Censo Escolar 2013 e foram compilados pela ONG Todos Pela Educação.

A situação, que já é preocupante, fica mais grave na disciplina de artes, que tem apenas 7,7% dos docentes com formação específica. Nas turmas de filosofia, só 10% dos professores tem curso superior na área. A matéria menos prejudicada é a de língua portuguesa, que tem 46,7% dos professores com formação.
DISCIPLINA (ENSINO FUNDAMENTAL)PORCENTAGEM DE FORMADOS NA ÁREA EM QUE ATUAM
Matemática
35,9%
Língua Portuguesa
46,7%
Ciências
34,2%
História
31,6%
Geografia
28,1%
Filosofia
10%
Artes
7,7%
Educação Física
37,7%
Língua Estrangeira
37,6%

Uma das metas do Plano Nacional de Educação, ainda em discussão na Câmara dos Deputados, prevê que 100% das escolas tenham professores com formação específica em nível superior na área em que atuam em 2022.

As regiões Norte e Nordeste apresentam as piores taxas: apenas 17,6% e 18,1% dos professores têm curso superior para a disciplina que lecionam, respectivamente.

No ensino médio a porcentagem sobe um pouco, mas não passa dos 48,3%. Nessa etapa de ensino, a disciplina de artes novamente é a mais prejudicada, com 14,9% dos professores formados em alguma licenciatura relacionada às artes, que pode ser educação artística, artes visuais, dança, música ou teatro.

Ainda de acordo com o Censo Escolar, o Brasil tem 458.807 professores sem diploma de ensino superior – 21,9% de um total de 2.095.013 docentes em atividade. Desses, cerca de 2.000 não terminaram sequer o ensino fundamental.


_ Apenas 32,8% dos professores têm formação específica. Disponível em: